Diagnóstico é alcançado com exame de sangue e tratamento pode garantir a qualidade de vida

Você já ouviu falar na doença do carrapato? Um perigo para os cães, ela é mais comum do que se imagina.

A doença do carrapato é uma hemoparasitose com vários tipos de agentes que podem infectar os cães. Os casos mais comuns são a erliquiose, depois a babesiose e, atualmente, temos visto muitos casos de anaplasmose.

Há outros agentes causadores da doença do carrapato também, mas esses são os mais encontrados em Brasília, segundo a veterinária Eliana de Farias.

Os sinais clínicos dependem da manifestação da doença, do agente causador e se há mais de um agente envolvido.

De maneira geral os sinais presentes na infecção aguda são febre, perda de apetite e prostração. O animal pode ter também diarreia, vômito, perda de sangue pelo nariz, manchas vermelhas na pele e mucosa pálida ou amarelada. O cão fica aparentemente debilitado.

Quando o animal está com febre, ele pode ficar trêmulo, e sempre busca lugares quentes para deitar e dorme por muito tempo.

A veterinária lembra que muitas pessoas tocam o focinho do cão para verificar a temperatura, mas esta não é a maneira correta pois a temperatura normal dele está entre 38 e 39 graus e essa temperatura para os humanos é muito quente. “Isso pode gerar um diagnóstico errado”, explica Dra. Eliana.

Sinais lentos

O animal, quando tem uma doença subclínica, não apresentará qualquer sinal ou terá sinais discretos como mudança no apetite durante um ou dois dias e voltará ao normal.

Com o tempo, observamos um emagrecimento progressivo e lento. Podem surgir inflamações oculares também. Por isso, a doença, quando subclínica, acaba passando despercebida e o diagnóstico muitas vezes acontece durante o checkup, durante a visita ao oftalmologista ou apenas quando se torna crônica.

Na doença crônica, os sinais são os mesmos que na doença aguda, no entanto, ocorrem com maior intensidade e o animal já apresenta complicações decorrentes do longo período de infecção latente.

Ou seja, o diagnóstico pode chegar quando ele já tem grande alteração hematológica ou outras doenças decorrentes de complicações pela doença do carrapato. “Em alguns animais observamos, inclusive, aplasia de medula, quando a medula não produz mais células sanguíneas”.

Riscos da doença do carrapato

Aguda ou crônica, a doença do carrapato traz risco de morte considerável ao animal. Isso depende muito da condição do cão, seu tipo de alimentação, idade ou se ele tem outra doença pré-existente.

Quando ele é diagnosticado com a doença do tipo babesiose, ele pode entrar em um quadro de insuficiência renal e hepática aguda com altíssimo risco de morte. “O tratamento inadequado causa a cronicidade da doença e pode levar o cão à morte”, afirma.

Tratamento

É importante que o tutor leve o tratamento a sério. O tipo de tratamento depende do agente causador. “Em muitos casos, iniciamos com antibiótico específico, por via oral durante 30 dias. Se for babesiose ou anaplasma, temos que associar com um antiparasitário injetável”.

Deixar de dar a medicação um único dia durante o tratamento pode comprometer todo o processo de recuperação.

Segundo a veterinária, a doença do carrapato pode ser combatida com o tratamento correto e o animal continuará com a vida plena e cheia de saúde.

“Por isso os exames de rotina e a observação sobre qualquer mudança no comportamento do animal são tão importantes”, finaliza Dra. Eliana de Farias.

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