Saiba mais sobre toxoplasmose e entenda porque os animais não precisam ser afastados de suas tutoras gestantes
A toxoplasmose é uma doença muito grave e toda a gestante, que tem gato em casa, já ouviu de algum amigo, parente ou até mesmo do médico, que ela tem que se desfazer do animal para evitar contaminação. Mas isso não é verdade, garante a médica veterinária da Doctor Vet, Dra. Eliana de Farias.
A toxoplasmose é uma doença provocada por um protozoário chamado toxoplasma. É verdade, sim, que ele tem como hospedeiro definitivo o gato. E tem como hospedeiro intermediário outros animais como por exemplo a vaca, o porco, a galinha, os roedores e as aves.
“Se o gato é criado em casa, sem acesso à rua, sem contato com fezes contaminadas de animais rurais, não caça ratos e não pega pombos, ele não oferece risco à saúde da gestante”, afirma Eliana.
Transmissão da toxoplasmose
A transmissão do toxoplasma para humanos ocorre por meio da ingestão de frutas e verduras mal lavadas, carnes mal cozidas e também através das fezes de gatos contaminados, o que, dificilmente, ocorre com um gatinho criado pela família e com todos os cuidados necessários.
E se por acaso o gato está contaminado, ele só transmite na seguinte situação: após o gato usar a caixinha de areia, se as fezes ficarem no local de 1 a 5 dias, quando estiverem bem ressecadas, é nesse momento que o cisto do toxoplasma esporula.
Se, nessa situação, a pessoa tocar nas fezes e colocar a mão na boca, ela pode ser contaminada. Mas isso só ocorre se não houver a higienização da caixinha de areia. Ela deve ser limpa diariamente e o tutor deve lavar as mãos após esse processo.
Cuidados para tutores
Além disso, os cuidados com alimentação são extremamente importantes. Lavar muito bem os alimentos e consumir carnes de boa procedência, com selo de fiscalização, são cuidados importantes. É essencial para a gestante comer também a carne bem cozida.
Esses cuidados básicos são suficientes para evitar que o ser humano seja contaminado com o toxoplasma.
No caso da gestante, a doença acaba sendo ainda mais preocupante pois a mulher nesse momento entra no grupo de pessoas imunodeprimidas, por conta da gestação. E a contaminação da gestante traz um risco muito grave para a mulher e para o bebê.
“Se há outro morador na casa que possa assumir a responsabilidade de limpar a caixinha de areia, ótimo. Se ela mesma precisa fazer a limpeza, que faça uso de luva e lave muito bem as mãos. Se ela tiver a máscara, melhor ainda. Segurança nunca é demais. Mas o gato doméstico não é o vilão dessa história”, afirma a veterinária.
Contato com o bebê
A gestante não precisa parar de conviver com o gato e também não deve afastar o gato do bebê após o nascimento.
Muito pelo contrário. A mãe precisa deixar que o gato faça parte da formação do ninho do bebê, isso é essencial para uma boa convivência.
Quando o bebê entra na fase de explorar a casa, é importante que o neném não tenha acesso à caixa de areia do gato. Coloque a caixa em uma parte da casa que impeça o acesso da criança.
“A relação entre criança e animal é super benéfica”, finaliza a veterinária Eliana de Farias.